Resposta a Duvivier: em defesa de Lenin, em defesa de Stalin!

Recentemente o humorista Gregório Duvivier, jovem famoso com grande espaço em canal de televisão por assinatura e nas redes sociais, vilipendiou a memória do camarada Lenin e do camarada Stalin, destilando flagrante anticomunismo, assim como demonstrando total desconhecimento sobre o processo revolucionário soviético. Considerada a notoriedade de Gregório Duvivier e a audiência de seu programa, eis a necessidade desta nota.

Não é a primeira vez que Duvivier protagoniza ataques descabidos contra grandes revolucionários. Durante a última campanha presidencial, Duvivier comparou Fidel Castro com Bolsonaro para justificar uma crítica ao posicionamento da atriz Regina Duarte em apoio ao candidato reacionário. Dessa vez, Duvivier resolveu comparar Bolsonaro simplesmente com Lenin.

Os argumentos tacanhos de Duvivier dão conta de um suposto apreço pelo militarismo por parte de Lenin, o que seria semelhante a Bolsonaro. Além disso, manifestando uma nítida carência intelectual, Duvivier acusou a obra “Esquerdismo: doença infantil do comunismo” de ser uma prova material de que Lenin não era de “esquerda”, tal qual Bolsonaro, Lenin seria de direita, algo que só teria nexo fosse uma mera jocosidade, um simples quadro de humor “político fantástico”, algo que só poderia estar distanciado da realidade das coisas. 

Em primeiro lugar, os militares são força indispensável de segurança nacional independentemente do sistema econômico e do regime político, e são setores cruciais em qualquer processo revolucionário, bem como na sua manutenção. Sem o Exército Vermelho, a Revolução Russa e todas as conquistas sociais, que ultrapassaram as suas fronteiras, haja vista o Estado de bem-estar social só ter existido como resposta aos avanços soviéticos, enfim, sem o exército vermelho, a Revolução Russa não teria durado 2 anos. Sem o Exército Soviético, o mundo teria virado um grande objeto de experiência nazista, especialmente países como o Brasil. 

Além disso, mesmo com o conservadorismo dirigente da maioria dos militares brasileiros, é fundamental entender que a classe majoritária da base das forças armadas de nosso país é a classe trabalhadora. Assim como é um erro generalizar todos os militares brasileiros nos dias atuais como peças substantivas do bolsonarismo, quando se trata de um retrato circunstancial, e ocasionado principalmente por vacilações da esquerda hegemônica socialdemocrata. De maneira igual é um erro cair no pobre e arcaico antimilitarismo. Isso é bem o tipo da expressão política do fracasso e da derrota, da aceitação de incompetência no trabalho de convencimento e cooptação dos setores militares.

Em verdade, o antimilitarismo e todos os deslizes cuspidos por Duvivier em seu programa semanal estão de acordo com uma figura liberal que propaga fotos de pés de maconha em sua casa na zona sul carioca, considerando esse ato boçal uma suposta contestação à ordem vigente, quando na prática somente comprova que a polícia militar faz parte do aparato repressivo do Estado burguês, e que na casa de um filhote da burguesia a repressão não sobe, mas na favela sobe, invade e criminaliza fortemente a juventude pobre da classe trabalhadora.

Em segundo lugar, cumpre informar que a clássica obra leninista de 1920, “Esquerdismo: doença infantil do comunismo”, não é um documento contra a esquerda. Muito pelo contrário, trata-se de uma contribuição teórica em favor da esquerda revolucionária, em favor da luta pelo comunismo, em favor do amadurecimento das elaborações, métodos e análises do campo progressista para além do frasismo, da irresponsabilidade, e das aventuras sectárias. Tivesse lido tal obra, talvez Duviver não fosse tão errático, talvez até mesmo entendesse que o debate da legalização da maconha, ora a sua mais importante pauta, evidente que por motivações individualistas, é um tema claramente dotado de um esquerdismo atroz neste momento em que o país é governado por um ultraconservador eleito por mais de 57 milhões de nacionais.

Destarte, tivesse aprendido com Lenin sobre o imperialismo, na clássica obra “O Imperialismo, fase superior do capitalismo”, certamente Duvivier não defenderia George Soros e outras articulações imperialistas para destruir a esquerda brasileira e mundial, transformando-a em um conjunto de expressões caricatas do tipo Duvivier. Ou será que Duvivier defende Soros porque faz parte desse projeto de imbecilização da esquerda brasileira? Preferimos acreditar que Duvivier seja adepto do pensamento pós-moderno, então elemento de contrarrevolução burguesa, tão somente por ignorância política e retardo ideológico. Afinal, ele é só um humorista…

Todavia, seja em humor, seja por qualquer coisa, jamais permitiremos que o legado revolucionário de Lenin e de Stalin, que completará 139 anos de imortalidade no próximo dia 21 de dezembro*, seja ofendido, principalmente quando as ofensas não passam de uma velha retórica anticomunista, que só colabora com a reação. 

O Centro Cultural Camarada Velho Toledo brada: Viva a Revolução Russa! Em defesa de Lenin, em defesa de Stalin!

Tendo em vista a sua falta de conhecimento, por que não te calas sobre socialismo, Duvivier?

 

*Há uma histórica controvérsia sobre a data de nascimento de Josef Vissarionóvich Dzugasvili – Stalin. A maioria dos documentos soviéticos apontam para data de 21 de dezembro de 1879 em Gori, na antiga Geórgia, mas há documentos mais recentes que sinalizam para a data de 18 de dezembro de 1878.