Artigo de três jovens camaradas da JPB (setorial de juventude da Organização A Marighella-CPR) em homenagem ao Camarada Stalin.
Há mais de 140 anos nascia um dos maiores quadros da luta revolucionária. Há 67 anos nos deixava fisicamente aquele que, ao lado de Lenin, foi a principal liderança internacional do movimento comunista no século XX: Stalin, o homem de aço.
O reflexo de seus esforços resplandece até hoje nos Partidos Comunistas de todo o mundo, porém a sua imagem há muito tem sido tingida com mentiras e falsas acusações, promovendo o que foi chamado de “desestalinização” no movimento comunista internacional. Um dos principais pontos usados contra a figura de Stalin, pelo seu sucessor Nikita Khrushchev no XX Congresso do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), foi a suposta injustiça dos “Julgamentos de Moscou” com a tese de que membros do alto escalão partidário, que foram expurgados, seriam “inocentes” e de que ele teria ordenado a execução da “velha guarda bolchevique”. Não obstante essa notória ladainha sobre Stalin, é verdade dizer que os ventos da História estão a soprar cada vez mais as mentiras atribuídas ao velho camarada, deixando em exposição documentos que contam o porquê dos expurgos terem sido fundamentais na História do Socialismo e da URSS, além de terem sido processos profundamente justos. A depuração faz parte da edificação de qualquer Partido Revolucionário.
Na contramão do Discurso Secreto de Khrushchev, assim como às “investigações” feitas junto ao XX Congresso, que mal podem ser chamadas assim, dado seu caráter raso e antidialético, é possível encontrar diversas transcrições de conversas feitas durante os Julgamentos de Moscou, com os mesmos traidores que Khrushchov defendeu, nas quais encontramos todas as provas necessárias para entender a conspiração trotskista e direitista vigente na União Soviética durante a década de 30.
Em vista dessas informações, algumas das quais vieram à luz durante os Julgamentos de Moscou ou no curso da investigação que conduziu a eles, está claro agora que, em 1932/33, a situação a respeito da composição das várias organizações conspiratórias anti-Partido engajadas na atividade traiçoeira para forçar a derrubada do governo e pela restauração do capitalismo na URSS era como se segue:
Um grupo misto trotskista e zinovievista, uma associação constituída, principalmente, por:
Zinoviev e Kamenev. Eram os dirigentes da antiga oposição de Leningrado. Também pertenciam ao grupo:
REINGOLD, que era o membro mais ativo da organização contrarrevolucionária zinovievista clandestina e que estava o tempo todo em contato direto com Zinoviev e Kamenev e tomou parte em todas as conferências secretas dos zinovievistas.
SMIRNOV, que foi um firme apoiador de Trotsky durante o debate no Partido de 1923/27, representante de Trotsky na URSS e o real organizador e dirigente das atividades contrarrevolucionárias trotskistas clandestinas na URSS. Ele mantinha contatos pessoais com Trotsky e as organizações trotskistas no exterior.
DREITZER, que foi o responsável pelo trabalho organizacional diário deste grupo. Trotsky descrevia Dreitzer como “um oficial do Exército Vermelho. Durante e após minha expulsão, ele, juntamente com dez ou doze dos oficiais, organizou uma guarda em torno de minha casa.” Juntamente com Trotsky, ele tinha organizado a manifestação contrarrevolucionária de 7 de novembro de 1927. Quando Trotsky estava no exílio, em Alma-Ata, Dreitzer organizou as comunicações entre Trotsky e o centro trotskista de Moscou.
MRACHOVSKY, que era o homem da maior confiança de Trotsky, pessoalmente o mais próximo dele. Em uma época ele tinha ocupado uma posição importante no exército.
Além disso, existia um centro paralelo de trotskistas. Ele contava com:
SOKOLNIKOV, o Comissário Assistente do Povo para Assuntos Estrangeiros e, durante um tempo, Comissário de Finanças do Povo, que, em 1925, caluniou o Estado soviético com sua afirmação de que os estabelecimentos de comércio interno da URSS eram empresas capitalistas estatais.
MURALOV, que foi um ‘soldado’ trotskista, um dos mais leais e firmes ajudantes de Trotsky.
Isso sem esquecer do Bloco dos Direitistas e Trotskistas. Predominantes no Bloco eram os principais agentes da ala direitista:
BUKHARIN, que, por anos, ocupou as posições mais importantes no Partido, embora fosse conhecido por sua vacilação em política e por sua oposição a Lênin e à linha do Partido.
RYKOV, que era um ex-Primeiro-Ministro da URSS.
Conspirando contra o programa econômico da URSS, Trotsky e seus aliados travavam um plano de retroceder ao capitalismo, usando das mesmas ideias direitistas, para desmantelar as fazendas coletivas a fim de reviver um novo estrato Kulak. Declaração de Piatakov: “Em poucas palavras, Trotsky explicava que seria um recuo muito sério. Foi isto exatamente que ele disse: você [isto é, Piatakov] ainda está sob influência das velhas ideias de 1925-1926 [quando Trotsky era um superindustrializador] e você é incapaz de ver que, na essência, nossa ascensão ao poder significará que teremos de recuar muito longe na direção do capitalismo. A este propósito, Trotsky disse que, em essência, nosso programa era o mesmo que o dos direitistas, na medida em que os direitistas tinham adotado um programa destrutivo e diversionista e consideravam que era necessário recuar para o capitalismo. Trotsky expressou muito grata satisfação quando eu lhe falei sobre a conversação de Sokolnikov com Tomsky e a que eu tinha tido com Bukharin, Ele disse que não era apenas uma medida tática, isto é, unidade na luta contra um e o mesmo inimigo, mas que esta unidade tinha algum significado em termos de princípio”.
Declaração de Bukharin: “Se a plataforma do meu programa fosse formulada praticamente, seria, na esfera econômica, o capitalismo de Estado, o próspero muzhik individual, a suspensão da criação de fazendas coletivas, as concessões ao estrangeiro, a submissão ao monopólio do comércio estrangeiro e, como resultado, a restauração do capitalismo no país…”.
Sobre a intervenção imperialista na URSS, dizia Grinko: “Isto significava minar o poder de defesa da União Soviética, minar as atividades no Exército e na indústria de defesa, abrindo o flanco no campo da guerra e provocando esta guerra; significava estender conexões com amplos elementos agressivos antissoviéticos; significava consentir com o desmembramento da URSS e compensar os agressores às expensas dos territórios fronteiriços da URSS”.
Trotsky sobre a ascensão do fascismo na Alemanha e seu pessimismo: “Se a guerra permanecesse só uma guerra, a derrota da União Soviética seria inevitável. Em um sentido técnico, econômico e militar, o imperialismo está incomparavelmente mais forte. Se não for paralisado por uma revolução no Ocidente, o imperialismo varrerá o regime gerado pela Revolução de Outubro”.
Ivanov sobre Bukharin: “Vocês sabem, ele (Bukharin) disse que o capitalismo estreou agora em uma nova fase de desenvolvimento, e neste novo estágio o capitalismo está exibindo elementos bastante elevados de organização e planejamento. O capitalismo, disse ele, está revelando nova e fresca força, expressando-se em progresso da técnica que realmente equivale a uma revolução técnica e um rejuvenescimento do capitalismo, por assim dizer. E assim, correspondentemente, devemos rever nossa visão das contradições, das classes, da luta de classes e assim por diante. Revisões fundamentais devem ser introduzidas em Marx”.
Em vista dos argumentos apresentados em relação à desestalinização e ao anticomunismo disseminado a partir dos anos 30, e fortalecido após o famigerado “discurso secreto” do XX Congresso do PCUS em 1956, é possível perceber o reflexo dessa propaganda em âmbito internacional, inclusive acadêmico, dado o exemplo de livros didáticos utilizados no Brasil. Nesses foi analisada a forma como o governo de Stalin é apontado, e percebe-se que ele vem sendo diretamente atrelado ao fascismo, equiparando os dois regimes (o soviético e o nazista) como configuração para denegrir o governo de Stalin. Outra ferramenta ideológica muito utilizada foi a de proliferar expressões subjetivas de caráter negativo, ilustrando o período como um “regime de verdadeiro terror” ou “ditadura stalinista”. O tema de culto à personalidade, também mencionado nos livros escolares, é o exemplo ideal para esclarecer como o discurso feito por Khrushchev prejudicou a luta pelo comunismo no mundo inteiro.
Nesse sentido, a dissertação do camarada Paulo Oisiovici (https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/119496/2/326643.pdf) é decisiva no apontamento sobre o papel da disseminação do anticomunismo promovido pelos livros didáticos brasileiros e portugueses.
Nossa tarefa, enfim, em memória de Josef Stalin é justamente combater o anticomunismo, combater as mentiras contra o velho camarada revolucionário soviético e seguir na hercúlea luta pelo Socialismo no Brasil e pelo Comunismo no mundo.